O Ego e o Id
Esta obra surge no
seguimento de Para além do Principio do Prazer (1920) e também
Psicologia das Massas e Análise do Ego (1921) e surge muito bem
influenciada por estes dois livros anteriores. Em Ego e Id,
Sigmund Freud, estende o sistema Consciente - Pre-consciente -
Inconsciente a uma nova tópica – Ego - Super-Ego – Id, a
verdadeira tópica descritiva do psiquismo humano. É a partir da reflexão
sobre a dimensão dinâmica que o autor operacionaliza aquilo que ainda
hoje caracteriza a psicologia mais profunda do ser humano. O consciente
deixa de ser uma instância para ser uma característica básica de
conteúdos assim como o pré-consciente e o inconsciente, havendo pois
conteúdos inconscientes no Ego, uma localização que descreve, em parte,
o Self, o Eu individual. O ego representa a razão e um bom senso, o
mediador entre as pressões externas e as pressões internas,
maioritariamente vinda de outra localização, com conteúdos mais
pulsionais, irracionais, de paixões.
Nesta obra, Sigmund
Freud dedica-se a uma explicação exaustiva do que é a psicanalise
propriamente dita, através da reflexão e argumentação sobre as relações
dinâmicas existentes entre as duas localizações. A novidade acrescentada
aos seus textos, nesta obra, é a formação do Super-Ego que
correspondendo ao ideal do Ego já abordado em “Introdução ao
Narcisismo” (1914), completa o sistema da 2ª tópica. Assim, o
ego não tem só como inimigo o Id e a sua pressão para satisfazer os
caprichos mais impulsivos, como também sofre as pressões do Super-Ego
que representam as interdições e culpa a todo o comportamento e
pensamento.
O superego é a
constituição mais desenvolvida do Id, tendo na sua génese a evolução
sexual do individuo na sua relação ao externo e principalmente aos pais.
Na sua constituição está o complexo de Édipo, o polimorfismo perverso
infantil e também estão os pais a ordem e a proibição. Não só ao ego se
impõe o Id pelo desejo e prazer sem limites, mas também se impõe
o Superego pelo refreio constante, por ser uma força contrária ao
Id.
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