Conceito de Neurose Fobica
A neurose fóbica é uma
estrutura de personalidade designada e conceptualizada por Sigmund Freud
(1856-1939), cujo o sintoma principal é a fobia. Este autor defende que
a neurose fóbica é o mesmo que a neurose de angústia e é estruturalmente
diferente da histeria de conversão. Foi conceptualizada em 1908, um ano
antes da publicação d’OPequeno Hans, o caso clinico que levou o autor a
confirmar a Neurose Fóbica. Até então a fobia estava associada à neurose
obsessiva em particular e às neuroses atuais. Na histeria de angústia o
recalcamento desliga a libido do material patogénico e não é convertida
tal como na histeria de conversão. O retorno do recalcado e a
consequente formação do sintoma é a possível resolução para o sofrimento
que conteúdos desagradáveis provocam. Este sofrimento é gerado no
encontro entre o Eu a possível realização do desejo e o seu interdito, o
super-ego. O sintoma formado é então um substituto e também uma
proteção. Entende-se Fobia como um ataque de pânico que ocorre quando o
sujeito esta perante um objeto, um animal ou até uma pessoa ou local que
funciona como sinal de angustia. Será importante ainda referir que a
formação de um sintoma fóbico tem como base o trabalho de ligação
psicológico para uma angústia que se tornou livre, sendo que pela via do
deslocamento, liga-se a um objeto fóbico
Os principais
mecanismos de defesa movidos na fobia são o deslocamento e o evitamento.
Sigmund Freud, defende que os conteúdos desagradáveis têm um cariz
sexual e edipiano. (recalcamento de desejos edipianos (amor e/ou ódio
aos pais) são recalcados e remetidos para o inconsciente, ficando
consciente o receio que estes provocaram). A ameaça da castração é o
motor deste conflito.
As crises de angústia
correspondem ao surgimento repentino de um medo intenso acompanhado de
uma sensação de ameaça grave que pode ser traduzida, no limite como de
morte iminente ou de despersonalização
Ocorrem manifestações
somáticas que podem ser esclarecidas como respiratórias diversas,
cardíacas, digestivas, sensoriais, entre outras. As crises de angústia
podem-se traduzir como procura de proteção e tentativa de sinalizar a
fuga de situações ansiogénicas.
Nas classificações do
DSM IV, podemos encontrar a neurose fóbica espalhada nas descrições de
Ataques de Pânico, Perturbação de Pânico, Fobia Especifica, Perturbação
Aguda do Stress, Ansiedade generalizada, simples ou induzida por
Substâncias ou sem outra especificação.
Ataques de Panico
(período limitado de receio ou medo intenso / mal estar geral ou
especifico com sintomas tais como palpitações, transpiração, tremores,
contrações musculares, náuseas, vómitos, impressão de asfixia, sufoco ou
falta de ar)
Ansiedade Generalizada
( ansiedade e preocupações excessivas durante um longo período de tempo,
dificuldades em controlar as situações, agitação interior, motora,
tensão muscular, perturbações várias sono, concentração ou memória)
Referências Bibliográfias:
American Psychiatric
Association (1996). Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações
Mentais 4ª Edição – Lisboa: Climepsi Editores
Laplange, J. &
Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial
Presença ( obra publicada em 1967)
Larousse-Bordas
(2007). Dicionário Temático Larousse – Psicanalise ( Dir. Pajouès, J.).
Porto Alto: Temas e Debates
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