Ciências Sociais e Humanas

Psicologia

Neurose Fobica

Autor: Paula Dias

Mestre em Psicopatologia e Psicologia Clinica

Data de criação: 31/05/2015

Resumo: Apresentação do conceito de Neurose Fobica...

A neurose fóbica é uma estrutura de personalidade designada e conceptualizada por Sigmund Freud (1856-1939), cujo o sintoma principal é a fobia (...)

Palavras chave:  psicologia

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Conceito de Neurose Fobica

A neurose fóbica é uma estrutura de personalidade designada e conceptualizada por Sigmund Freud (1856-1939), cujo o sintoma principal é a fobia. Este autor defende que a neurose fóbica é o mesmo que a neurose de angústia e é estruturalmente diferente da histeria de conversão. Foi conceptualizada em 1908, um ano antes da publicação d’OPequeno Hans, o caso clinico que levou o autor a confirmar a Neurose Fóbica. Até então a fobia estava associada à neurose obsessiva em particular e às neuroses atuais. Na histeria de angústia o recalcamento desliga a libido do material patogénico e não é convertida tal como na histeria de conversão. O retorno do recalcado e a consequente formação do sintoma é a possível resolução para o sofrimento que conteúdos desagradáveis provocam. Este sofrimento é gerado no encontro entre o Eu a possível realização do desejo e o seu interdito, o super-ego. O sintoma formado é então um substituto e também uma proteção. Entende-se Fobia como um ataque de pânico que ocorre quando o sujeito esta perante um objeto, um animal ou até uma pessoa ou local que funciona como sinal de angustia. Será importante ainda referir que a formação de um sintoma fóbico tem como base o trabalho de ligação psicológico para uma angústia que se tornou livre, sendo que pela via do deslocamento, liga-se a um objeto fóbico

Os principais mecanismos de defesa movidos na fobia são o deslocamento e o evitamento. Sigmund Freud, defende que os conteúdos desagradáveis têm um cariz sexual e edipiano. (recalcamento de desejos edipianos (amor e/ou ódio aos pais) são recalcados e remetidos para o inconsciente, ficando consciente o receio que estes provocaram). A ameaça da castração é o motor deste conflito.

As crises de angústia correspondem ao surgimento repentino de um medo intenso acompanhado de uma sensação de ameaça grave que pode ser traduzida, no limite como de morte iminente ou de despersonalização

Ocorrem manifestações somáticas que podem ser esclarecidas como respiratórias diversas, cardíacas, digestivas, sensoriais, entre outras. As crises de angústia podem-se traduzir como procura de proteção e tentativa de sinalizar a fuga de situações ansiogénicas.

Nas classificações do DSM IV, podemos encontrar a neurose fóbica espalhada nas descrições de Ataques de Pânico, Perturbação de Pânico, Fobia Especifica, Perturbação Aguda do Stress, Ansiedade generalizada, simples ou induzida por Substâncias ou sem outra especificação.

Ataques de Panico (período limitado de receio ou medo intenso / mal estar geral ou especifico com sintomas tais como palpitações, transpiração, tremores, contrações musculares, náuseas, vómitos, impressão de asfixia, sufoco ou falta de ar)

Ansiedade Generalizada ( ansiedade e preocupações excessivas durante um longo período de tempo, dificuldades em controlar as situações, agitação interior, motora, tensão muscular, perturbações várias  sono, concentração ou memória)

 

Referências Bibliográfias:

American Psychiatric Association (1996). Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais  4ª Edição – Lisboa: Climepsi Editores

Laplange, J. & Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial Presença ( obra publicada em 1967)

Larousse-Bordas (2007). Dicionário Temático Larousse – Psicanalise ( Dir. Pajouès, J.). Porto Alto: Temas e Debates

 

 

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