Apresentação do Modelo do Esquema
Cognitivo de Young
O Modelo do Esquema
Cognitivo de Young, para os autores Rijkeboer e Boo, apresenta uma
perspetiva construtivista de acordo com a qual, os indivíduos, ao longo
das suas vidas, estruturam e reestruturam as suas experiências,
constroem as suas realidades pessoais e criam os seus próprios modelos
de representação de si, dos outros e do mundo.
Young defende que as
experiências nocivas durante a infância e adolescência com os cuidadores
e outras figuras importantes, em interação com fatores temperamentais
inatos, poderiam levar a formas disfuncionais de pensar, sentir e de se
comportar. Muitas investigações têm mostrado que crianças que sofrem
destas más experiências durante a infância, como a violência, maus
tratos e cuidados inadequados, apresentam baixa auto-estima, uma
deficiente perceção de competência, falta de motivação interna e também
altos riscos de défices na regulação da emoção, características de
personalidade vulnerável e representações negativas dos modelos de
apego. De acordo com estes resultados, Young referiu que as necessidades
desenvolvimentais e emocionais não satisfeitas ou frustradas no início
da vida, são armazenadas em esquemas, levando a um maior risco de
psicopatologias, denominando estes esquemas de esquemas iniciais
desadaptativos. Estes esquemas servem de guia para a interpretação de
informações e para a resolução de problemas. Eles afetam as experiências
do indivíduo de uma forma tendenciosa, levando a uma maior rigidez dos
esquemas.
Como Rijkeboer e
colega referem, os esquemas iniciais desadaptativos têm sido muito
estudados em adultos através do Questionário de Esquemas de Young e nos
adolescentes através da versão curta deste mesmo questionário. Esquemas
iniciais desadaptativos nos adultos e adolescentes têm sido muito
relacionados com distúrbios de personalidade, com uma variedade de
sintomas psiquiátricos e também com maus tratos parentais. Uma vez que
Young também afirma que os esquemas iniciais desadaptativos se originam
no início da vida, é relevante determinar se estes esquemas também podem
ser identificados nas crianças e, caso sejam identificados, se são
realmente desadaptativos nessa idade. Contudo, nesta área, a
investigação de esquemas nas crianças é ainda limitada.
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