Conceito de Mania
Como
oposto às personalidades depressivas, nas personalidades maníacas
nota-se uma marcada exuberância, energia e a autopromoção, bem como a
extroversão acentuada, a falta de consideração para com os outros na
forma de ofensas ou
faltas
de respeito e uma necessidade de socialização aumentada. O individuo
maníaco tem pensamentos rápidos e grandiosos, onde também há uma marcada
distratabilidade. Verifica-se um acréscimo da autoestima e uma “fome de
objetos” que é vista pelo individuo como uma forma de expressão das suas
potencialidades e um modo de descarga dos seus impulsos e o afeto
negativo é vivido em forma de zanga e raiva descontrolada. Este tipo de
personalidades, na ótica psicodinâmica é caracterizado por organizações
orais, onde os sujeitos têm tendência para falar e beber muito, roer as
unhas, fumar e marcar pastilhas, e, em casos extremos, existe uma maior
tendência para a obesidade. Existe, na mania, um colapso da organização
do ego devido à libertação da pressão exercida pelo superego e, assim,
deixa de haver regras significativas para o sujeito.
Como
defesas típicas, em pessoas maníacas, encontramos a negação e a
tendência para ignorar comportamentos que preocupariam a maioria das
pessoas, o acting out e a fuga a situações de potencial perda, a
idealização quando receiam que os vínculos afetivos possam culminar em
desilusões e, por fim, são indivíduos com propensão para o controlo
omnipotente
com o objetivo de não se sentirem vulneráveis.
Na
história de vida dos sujeitos maníacos podemos observar um padrão de
separações traumáticas continuadas (divórcios, separações, mudanças de
residência), sem que haja a possibilidade da elaboração das mesmas e,
também, algum criticismo e abuso emocional e físico. As pessoas maníacas
sentem a necessidade de movimento como forma de
evitamento
de sentirem algo doloroso e, neste sentido, evitam os vínculos afetivos
pois, caso perdessem a pessoa a quem se vinculam, experimentariam um
sentimento devastador. Muitas destas pessoas sentem ainda medo da
fragmentação, o que para eles aconteceria se se deixassem de mover. Há
também a incidência de comportamentos suicidários em sujeitos maníacos
devido ao sentimento de perda dolorosa.
Com estes
pacientes há uma tendência ao nível da contratransferência de subavaliar
o grau de desorganização e sofrimento devido à sua
aparência
encantadora. Em terapia, a primeira coisa a fazer é prevenir a fuga,
devido à necessidade que os pacientes sentem em escapar a vínculos
afetivos e fazer, desde a primeira sessão, um acordo onde o cliente se
comprometa a continuar com o processo terapêutico por mais algumas
sessões apos sentir o impulso para fazer drop-out. No entanto, as
pessoas maníacas são muito fáceis de ajudar devido ao seu elevado grau
de desconforto e sofrimento, que leva a uma grande motivação para o
tratamento.
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