Conceito de Jogo Patológico
O jogo patológico ou
ludomania ou mais vulgarmente conhecido como vício em jogar é uma
perturbação do controlo dos impulsos caracterizada por um comportamento
recorrente de jogar apesar das consequências negativas e da vontade de
parar. Por norma, é mais viciante e mais conhecido o jogo a dinheiro,
mas qualquer jogo que cause prazer e torne a pessoa viciada é
considerado jogo patológico. A diferença entre um jogador adito e um
jogador social é que este ultimo experiencia prazer no jogo e consegue
parar quando assim o decide. No caso do jogador patológico este não
consegue controlar o impulso de jogar acabando por perder o domínio
total sobre si e sobre o jogo acabando por ter consequências nefastas
para si. Nestes casos de patologia, os jogadores viciados entram numa
espiral sem saída na medida em que tentam a todo custo recuperar os
valores perdidos, levando-o a aumentar o valor e volume de apostas e
aumentando a probabilidade de perder ainda mais. A esta acção
denomina-se de “caça”, característica que não está presente num jogador
do tipo social. Assim, o jogo patológico é um problema de saúde mental
em que um indivíduo tem psicologicamente uma preocupação incontrolável
com o desejo de jogar, acabando por resultar em danos profissionais,
familiares, e nas relações sociais. São várias as características de um
jogador viciado entre elas, estas pessoas jogam por necessidade, com
perda de controlo, ao jogarem diminuem a ansiedade, tensão ou fogem a
uma sensação de vazio interior, sobrevalorizam o êxito e desvalorizam os
resultados negativos, criando um optimismo irracional, possuem um
pensamento mágico e supersticioso não compreendendo a realidade das
estatísticas dos seus jogos, sentem culpa, auto-compaixão e auto-castigo
e apresentam prejuízos familiares, sociais e profissionais. O jogo
patológico apresenta três fases: a fase dos ganhos (onde ganhar é uma
experiência divertida e excitante, sendo a sorte algo inicial e que
ocorre com frequência, acabando por as vitórias se tornarem cada vez
mais excitantes), a fase das perdas (onde o optimismo inicial é
substituído por um optimismo irracional, o jogo não sai da cabeça do
jogador e cada vez aposta mais para recuperar as perdas) e a última fase
é a fase do desespero (que é evidenciada pelo aumento do número e tempo
de jogo, aumento dos gastos, afastamento da família, aumento do
desespero e instalação do pânico). A percepção do jogador que está a
perder o controlo pressiona o jogador a jogar ainda mais para recuperar
o dinheiro perdido e para resolver todos os seus problemas. Alguns
jogadores passam a utilizar recursos ilegais para obter dinheiro,
ocorrendo o desgaste físico e psicológico levando à depressão e, em
alguns casos, à ideação suicida.
O tratamento passa
pela psicoterapia grupal ou individual que envolva técnicas cognitivas e
comportamentais de distanciamento (desintoxicação) do jogo, controle do
dinheiro, mudanças de hábitos, aquisição de habilidades de enfrentamento
e autocontrole, reestruturação de crenças, exposição e prevenção de
recaída. A orientação familiar é uma ferramenta imprescindível e muitas
vezes os familiares são considerados co-terapeutas no tratamento do
jogador.
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