Conceito de Histeria
A palavra histeria
advém da palavra grega histera que significa útero ou matriz. Está
associada à loucura, à bruxaria e ao feminino, insatisfação sexual. Na
antiguidade era entendida como doença do espirito, dos nervos ou
patologia da imaginação.
A histeria é uma
neurose que atualmente conta com diversos quadros clínicos. Está na
origem da criação da psicanalise e da psicologia clinica. A histeria
diferencia-se pela natureza como os conflitos inconscientes se
manifestam: teatralização, simbolização, sintomas corporais tais como
ataques, convulsões ou a clássica cegueira ou a sedução. A sua
especificidade assenta sobre os processos defensivos muito ligados ao
recalcamento em especial, à sedução e ao conflito edipiano que se
verifica nos registos oral e ao mesmo tempo libidinal.
Alem histeria clássica
– histeria de conversão ou histeria de fobia, outras histerias foram
nomeadas por Sigmund Freud (1856 - 1939) tais como:
A histeria de defesa.
Este tipo de histeria é descrita pela atividade de defesa que um
individuo exerce contra uma representação suscetível de provocar afetos
desagradáveis.
A histeria hipnoide.
Este tipo de histeria foi nomeada por J. Breuer (1842-1925) e S. Freud
nos anos de 1894/95. É descrita como a impossibilidade de um individuo
integrar as representações que decorrem de estados hipnoides.
A Histeria de
Retenção. Este tipo de histeria foi nomeada por J. Breuer e S. Freud nos
anos de 1894/95 e é descrita como a impossibilidade de integrar afetos
sob a ação de circunstancias exteriores desfavoráveis.
A Histeria traumática.
Este tipo de Histeria foi descrita por Jean – Martin Charcot ( 1825 –
1893) através dos sintomas somáticos – paralisias – que surgem muitas
vezes após determinado tempo de latência consecutivamente a um
traumatismo físico sem que este possa ser explicado
fisicamente/medicamente.
As classificações de
histeria também podem serem encontradas no DSM – IV (Manual de
Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais) e no ICD – 10
(Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas de
Saúde) encontrando-se “espalhada” entre as perturbações somatoformes e
as perturbações dissociativas.
As perturbações
somatoformes têm expressão orgânica e não podem ser explicadas de forma
clara nem por dano físico nem por dano psíquico. Entre elas encontramos:
a perturbação de somatização, a perturbação da dor e a perturbação
somatoforme indiferenciada
As perturbações
dissociativas têm expressão pelas alterações das funções de consciência,
identidade, memória e perceção, sem qualquer ligação ao dano físico.
Por fim, surge ainda a
clássica perturbação da personalidade histérica, descrita no DSM – IV
(Manual de Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais) que apresenta
algumas semelhanças com a histeria classificada habitualmente por
psicólogos e psicanalistas.
No ICD – 10
(Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas de
Saúde) a histeria em si não é mencionada, contudo também este manual
distingue as perturbações somatoformes e as perturbações dissociativas
que, além DSM – IV, distingue-se o estupor amnésico, a amnésia
dissociativa, a fuga dissociativa, estados de transe, entre outros.
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