Conceito de Fase do Espelho
A fase do espelho é
uma fase conceptualizada por Jacques Lacan (1901 – 1981) e diz respeito
à fase de reconhecimento que a criança faz de si mesma através da mãe. É
um reconhecimento da sua constituição corporal e psicomotora que
corresponde à sua constituição egoica, à constituição do eu unificado
que advém de uma identificação com uma imagem especular (igual a si) que
é a mãe – o seu primeiro espelho. São os primeiros esboços da identidade
de um ser humano, similar à posição esquizo-paranoide de Melanie Klein
(1882 -1960) e explica também o início preliminar do eu ideal e está na
origem das identificações secundárias. A fase do espelho pode ser
caracterizada como momento pré-especular no qual o bebe se vê
fragmentado, no qual não consegue estabelecer a diferença entre o seu
corpo e o corpo da mãe, ou entre si e o mundo externo. É através dos
objetos exteriores que vão sendo integrados psicologicamente à vez que a
criança vai integrando o seu self. Ocorre por reconhecimento alienado do
outro sendo o próprio e depois o próprio sendo ele mesmo, construindo
por tentativas e erros ao longo das primeiras etapas da vida. A imagem
de si é construída de forma intuitiva e subjetivamente, vendo-se
reconhecido no outro, duplicado, refletido na mãe.
Esta fase ocorre a
partir dos 6 meses de idade em paralelo com o desenvolvimento psicomotor
e maturação do físico.
Referências
Bibliográficas:
Laplange, J. &
Pontalis, J.-B. (1990) Vocabulário de Psicanalise. Lisboa: Editorial
Presença ( obra publicada em 1967)
Larousse-Bordas
(2007). Dicionário Temático Larousse – Psicanalise ( Dir. Pajouès, J.).
Porto Alto: Temas e Debates
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