Conceito de Estilo de Atribuição Causal
De
acordo
com a Teoria de atribuição de causalidade (Weiner, 1983), a
atribuição causal diz respeito à interpretação e expectativa do
indivíduo sobre determinada situação ou resultado. Esta atribuição
baseia-se em três dimensões: O locus de causalidade, que pode ser
interno (atribuição ao próprio indivíduo, às suas competências ou
estados emocionais) ou externo (atribuição a outros ou às
circunstâncias, à “sorte” ou “azar”); a estabilidade ou natureza
temporal, que pode ser estável no tempo (e.g. aptidão) ou instável no
tempo (e.g. estados emocionais); e a controlabilidade, isto é, a
possibilidade de controlo, podendo ser controlável (e.g. empenho) ou não
controlável (e.g. “sorte” ou “azar”). O modo como cada indivíduo realiza
atribuições sobre as diferentes situações tende a apresentar
características semelhantes entre si, podendo a este nível falar-se em
estilo de atribuição causal, na medida em que se verifica a tendência
para um mesmo indivíduo realizar atribuições semelhantes entre situações
(e.g. endência para atribuir sistematicamente o desempenho numa tarefa a
factores externos, instáveis e incontroláveis, como a “sorte”). Acresce
que a existência de um determinado estilo de atribuição causal pode
sofrer variações consoante as situações específicas em que o indivíduo
participe (Rotter, 1966), significando que no contexto de desempenho
escolar ou laboral, por exemplo, o indivíduo pode apresentar um
determinado estilo ou tendência de atribuição, no entanto não o
apresentar quanto às suas competências sociais. A pertinência da
compreensão das atribuições causais reside no conhecimento de que as
atribuições que o indivíduo realiza sobre os acontecimentos apresentam
influência nas suas motivações, emoções e comportamentos. Deste modo,
atribuições causais de sucessos a factores internos e controláveis (e.g.
empenho) facilitam a motivação, a satisfação e percepção de
auto-eficácia, bem como o investimento na tarefa; inversamente, as
atribuições de insucessos a factores externos e incontroláveis (e.g.
“sorte” ou “azar”) tendem a facilitar a desmotivação e o desinvestimento
na tarefa. Neste sentido, é importante a consciência daqueles que são os
estilos ou tendências de atribuição causal do indivíduo numa determinada
tarefa ou situação, no sentido de compreender e promover a mudança de
expectativas ou percepções que possam tornar-se desajustadas e não
adaptativas, influenciando ciclicamente o comportamento do indivíduo.
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