Conceito de Estado-Limite
Estado - Limite é um
termo utilizado em psicologia e também em psiquiatria para designar um
tipo de estrutura de personalidade que não é nem uma neurose nem uma
psicose. É um tipo de estrutura intermédia que apresenta características
mais acentuadas nas psicoses e tambem características mais acentuadas
nas neuroses.
A primeira conceção de
estado-limite foi efetuada por teóricos da Patologia do Ego e também por
aqueles que defendem as relações de Objeto. No registo dinâmico da
psicanalise destacam-se aqueles que tiveram uma contribuição essencial
para o desenvolvimento dos trabalhos com este tipo de perturbação e que
foram Jean Bergeret (1923 - ) e Otto Kernberg (1928 - ). No registo
psiquiátrico que é um registo estático e de características mais
exteriores, surge o DSM – Manual de Diagnóstico e Estatístico das
Doenças Mentais e o CID-10 – Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde.
A perturbação Estado –
Limite é também classificada comumente como Perturbação Borderline,
Perturbação de personalidade Limítrofe, Perturbação de personalidade
emocionalmente instável.
Do ponto de vista
psiquiátrico destacam-se as seguintes características:
- Relações
interpessoais intensas e instáveis
- Tendência para a
instabilidade
- Perturbações de
auto-estima
- Esforço para evitar
o abandono
- Impulsividade
extrema
- Sentimento de vazio
intenso
Do ponto de vista
psicanalítico, destacam as seguintes descrições:
- Traços psicóticos
tais como mania, delírio, alucinação e traços neuróticos tais
como histeria, obsessão, fobias
- Falso Self - D.
Winnicott -1896 – 1971)
- Personalidade como
se - H. Deusth (1884 - 1982)
- Perturbações de
Personalidade -, E. Erickson (1902-1994)
- Falha Básica – M.
Balint (1896 - 1970)
- Angústia difusa ou
flutuante
- Dissociações
- Tendências sexuais
perversas e polimorfas, antissociais
- Enlouquecimento
- Tendência para a
valorização ou desvalorização extrema
- Automutilação e
tendências suicidas
Os Estados – Limites
são muitas vezes descritos como sendo uma organização psíquica pois não
apresentam uma estrutura. São um conjunto de rearranjos, remendos, em
torno de um ego caracteristicamente fraco e cuja base é a sua
delimitação débil. Tambem é descrita a ausência do complexo de édipo ou
a fragilidade. Têm perturbações ao nível das identificações primárias e
secundárias que leva a uma identidade difusa.
|
Procure outros termos na nossa enciclopédia
|
|