Ciências Sociais e Humanas

Psicologia

Estádios de Mudança

Autor: Catarina Vargues Conceição

Mestre em Psicologia

Data de criação: 30/04/2015

Resumo: Apresentação do conceito de Estádios de Mudança...

Em psicologia clínica, os estádios de mudança, descritos por Prochaska e DiClemente (1983), integram o Modelo Transteórico de Mudança que (...)

Palavras chave:  psicologia

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Conceito de Estádios de Mudança

Em psicologia clínica, os estádios de mudança, descritos por Prochaska e DiClemente (1983), integram o Modelo Transteórico de Mudança que conceptualiza o processo através do qual o indivíduo escolhe intencionalmente agir em prol da mudança. De acordo com estes autores, podem ser considerados cinco estádios de mudança: A pré-contemplação, no qual não se verifica intenção e motivação para a mudança pois o indivíduo não reconhece o comportamento como um problema ou comportamento indesejado e a mudar; a Contemplação, no qua se verifica a consciência de um problema ou situação que o indivíduo gostaria de mudar, não obstante ainda não existir um compromisso nesse sentido, podendo verificar-se ambivalência quanto à mudança; a Preparação, ou seja, a intenção de mobilizar recursos para a acção de mudança, verificando-se um compromisso com a decisão de mudar; a Acção, que consiste na mudança activa de comportamento com mobilização de recursos necessários à mesma; a Manutenção, isto é, a consistência dos comportamentos de mudança possibilitando uma mudança progressivamente sustentada pelo indivíduo; e a Recaída, que se refere à inconsistência ou redução dos comportamentos de mudança, com presença de comportamentos anteriores à mesma, ou seja, aqueles que eram alvo de mudança. A persecução dos diferentes estádios de mudança ocorre em função de diversos factores, como a auto-eficácia, isto é, a crença do indivíduo na sua capacidade de mudar o comportamento-alvo, os estímulos existentes no meio ou a personalidade do indivíduo. Neste sentido, para a ocorrência de mudança parecem ser necessários não só a motivação, mas também condições intrínsecas e extrínsecas ao indivíduo que optimizem a acção e a sua manutenção, como o estabelecimento de um plano de mudança, com objectivos específicos, realistas e mensuráveis; a identificação dos recursos necessários à mesma; a modificação do meio quando possível (e.g. através da discriminação ou inacessibilidade de estímulos); a monitorização das acções com auto-avaliação, e por último, a implementação de reforços positivos que aumentem a probabilidade de ocorrência de um comportamento desejado (comportamento novo e incompatível com aquele que se pretende inicialmente mudar). Complementarmente, sugere-se indispensável promover a auto-eficácia do indivíduo, bem como promover a consciencialização global das crenças sobre si (e.g. considerar que não é capaz de mudar) e sobre a mudança (e.g. conceber que só existe mudança se esta for “perfeita” ou no “momento ideal”) que possam de algum modo impedir ou promover a sua ocorrência. Os estádios de mudança permitem enquadrar o grau de motivação de um indivíduo para a mudança nas mais diversas situações, das quais são exemplo o comportamento tabágico, o comportamento alimentar ou os hábitos de prática de actividade física.

 

 

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