Conceito de Estádios de Mudança
Em psicologia
clínica, os estádios de mudança, descritos por Prochaska e DiClemente
(1983), integram o Modelo Transteórico de Mudança que conceptualiza o
processo através do qual o indivíduo escolhe intencionalmente agir em
prol da mudança. De acordo com estes autores, podem ser considerados
cinco estádios de mudança: A pré-contemplação, no qual não se verifica
intenção e motivação para a mudança pois o indivíduo não reconhece o
comportamento como um problema ou comportamento indesejado e a mudar; a
Contemplação, no qua se verifica a consciência de um problema ou
situação que o indivíduo gostaria de mudar, não obstante ainda não
existir um compromisso nesse sentido, podendo verificar-se ambivalência
quanto à mudança; a Preparação, ou seja, a intenção de mobilizar
recursos para a acção de mudança, verificando-se um compromisso com a
decisão de mudar; a Acção, que consiste na mudança activa de
comportamento com mobilização de recursos necessários à mesma; a
Manutenção, isto é, a consistência dos comportamentos de mudança
possibilitando uma mudança progressivamente sustentada pelo indivíduo; e
a Recaída, que se refere à inconsistência ou redução dos comportamentos
de mudança, com presença de comportamentos anteriores à mesma, ou seja,
aqueles que eram alvo de mudança. A persecução dos diferentes estádios
de mudança ocorre em função de diversos factores, como a auto-eficácia,
isto é, a crença do indivíduo na sua capacidade de mudar o
comportamento-alvo, os estímulos existentes no meio ou a personalidade
do indivíduo. Neste sentido, para a ocorrência de
mudança
parecem ser necessários não só a motivação, mas também condições
intrínsecas e extrínsecas ao indivíduo que optimizem a acção e a sua
manutenção, como o estabelecimento de um plano de mudança, com
objectivos específicos, realistas e mensuráveis; a identificação dos
recursos necessários à mesma; a modificação do meio quando possível
(e.g. através da discriminação ou inacessibilidade de estímulos); a
monitorização das acções com auto-avaliação, e por último, a
implementação de reforços positivos que aumentem a probabilidade de
ocorrência de um comportamento desejado (comportamento novo e
incompatível com aquele que se pretende inicialmente mudar).
Complementarmente, sugere-se indispensável promover a auto-eficácia do
indivíduo, bem como promover a consciencialização global das crenças
sobre si (e.g. considerar que não é capaz de mudar) e sobre a mudança
(e.g. conceber que só existe mudança se esta for “perfeita” ou no
“momento ideal”) que possam de algum modo impedir ou promover a sua
ocorrência. Os estádios de mudança permitem enquadrar o grau de
motivação de um indivíduo para a mudança nas mais diversas situações,
das quais são exemplo o comportamento tabágico, o comportamento
alimentar ou os hábitos de prática de actividade física.
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