Conceito de Delírio
O delírio é um
mecanismo de defesa psicológico mais característico das estruturas
psicóticas. É segundo Sigmund Freud (1856 – 1939) uma tentativa de
reconstrução do mundo exterior pelo sujeito, na possibilidade de
restituição da libido, isto é, aquilo que desapareceu do mundo interior
regressa a este graças ao exterior.
O delírio é utilizado
com auxílio de outro mecanismo de defesa mais característico das
psicoses: a projeção e está associado às paranoias. Este mecanismo surge
descrito pela primeira vez no caso clinico “O Presidente Schreber”
(1911). Está associado à primeira tópica freudiana: Ics- PCs- Cs. Nesse
sentido é descrito a partir de conteúdos conscientes e inconscientes.
Está ligado à ação do recalcamento que separa a libido dos objetos do
mundo externo, através do retorno do recalcado, pois o delírio é uma
tentativa de restituição da libido ao mundo externo, contudo é efetuada
num modo regressivo em relação à tentativa anterior, que é em parte, o
que lhe confere o caracter patológico. Também é descrito como defesa
contra as representações inaceitáveis pela consciência.
Nos casos paranoides,
a libido está desligada do mundo externo e através do recalcamento
permanece flutuante vindo depois a reforçar, pela via da regressão,
pontos ou nós de fixação que foram sendo produzidos ao longo do
desenvolvimento, em especial o que foi recalcado na infância. Segundo
Sigmund Freud, na base do delírio está a fantasia do desejo homossexual.
A flutuação da libido – sexual tem tendência a escoar-se, isto é em
sexualizar os investimentos sociais, em partícular as relações com as
pessoas do mesmo sexo. (relações dessexualizadas)
Também com este autor,
podemos perceber o delirio caraterizando-o em dois momentos: 1º momento:
Eu odeio-o (perseguição)/ 2º momento: ele odeia-me ( de perseguição).
Este 2º momento é o da projeção e torna-o aceitável para a consciência.
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