Conceito de Deficiência Mental
A forma como a deficiência mental é
definida e interpretada foi sofrendo alterações e adaptações ao longo do
tempo e, mesmo atualmente, não há uma noção clara do seu significado.
Contudo, o conceito de deficiência mental tem sido caracterizado, e
considerando o autor Fauman, por um quoficiente de inteligência (QI)
significativamente inferior à média, e o qual é acompanhado por défices
ao nível do funcionamento adaptativo.
A deficiência mental, considerando o
manual de diagnóstico das perturbações mentais, pode ser dividida em
quatro categorias: ligeira, moderada, grave e profunda. Relativamente
aos indivíduos com diagnóstico deficiência mental ligeira, estes possuem
um QI situado entre 50/55 e 70, e são indivíduos que desenvolvem
competências sociais e de comunicação durante os anos pré-escolares, têm
deficiências mínimas nas áreas sensoriomotoras, e não se distinguem de
crianças normais até idades superiores. Ao longo da vida poderão
adquirir capacidades de autonomia, embora por vezes possam necessitar de
apoio. Quando o QI se encontra entre 35/40 e 50/55 é feita referência a
deficiência mental moderada, e estes casos tratam-se de indivíduos que
podem obter aptidões de comunicação ao longo dos anos pré-escolares e,
com supervisão, adquirirem autonomia, competências sociais e
ocupacionais. Para o diagnóstico de uma deficiência mental grave,
considera-se que o QI se encontra compreendido entre 20/25 e 35/40 e,
estes indivíduos, durante os primeiros anos de infância, adquirem pouca
linguagem comunicativa. Os mesmos podem realizar algumas tarefas simples
sob supervisão. Os indivíduos com um QI inferior a 20/25 indicam a
presença de uma deficiência mental profunda e, na sua maioria, estão
subjacentes situações neurológicas. Estes apresentam um défice de
funcionamento sensório-motor. As competências de comunicação e
autocuidados podem apresentar melhorias com um treino adequado.
Além destes casos, considera-se ainda que,
quando existe uma forte evidência de deficiência mental mas não é
possível a realização de testes de inteligência normalizados para a
determinação do QI, estamos perante uma deficiência mental com gravidade
não especificada.
De considerar que a deficiência mental não
é um aspeto isolado mas dependente de vários fatores que têm de ser
tidos em conta, e esta não pode continuar a ser vista, como afirmam
Nunes e Ferreira, como estando dentro do indivíduo, descontextualizada e
sem sentido na sociedade. É essencial que na deficiência mental seja
promovido o desenvolvimento do indivíduo no meio em que se encontra
inserido.
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