Conceito de Conformidade
A conformidade
é um fenómeno estudado na Psicologia Social. Por conformidade pode-se
entender a alteração de sentimentos, opiniões e comportamentos por parte
do indivíduo decorrente de pressões físicas ou simbólicas exercidas por
um grupo ou por um líder.
A conformidade é diferente da condescendência na medida em que envolve a
mudança no comportamento em relação a um grupo,
surgindo da pressão grupal e não tanto a pedido individual.
Diferencia-se de normalização, uma vez que a conformidade é manifesta em
situações em que há a presença de uma norma maioritária muito clara.
Deutsch
e Gerard (1955), baseados nos estudos de conformidade de Asch
(1951-1956), procuraram estabelecer a diferença entre influência
normativa e influência informativa. A primeira refere-se à tendência do
indivíduo para se conformar às expetativas dos outros. Normalmente a
pessoa conforma-se, é condescendente ou obedece no sentido de ganhar
recompensas ou evitar punições do grupo. Na segunda, há tendência em
acreditar que a informação providenciada pelo grupo é a correta,
procurando-o para obter essa prova da realidade.
Parece
que as pessoas adotam as crenças grupais em detrimento das individuais
pelo desejo de se identificarem com o grupo e, assim, serem respeitadas
e valorizadas.
Existem
vários fatores que influenciam a conformidade: fatores situacionais,
fatores pessoais e fatores culturais.
A influir
nos fatores situacionais encontra-se o tamanho do grupo, unanimidade
(quanto mais unânime o grupo se mostra, maior a pressão para o
conformismo), coesão (maior ou menor comprometimento dos elementos com o
grupo), o estatuto (a maior independência – estatuto baixo ou alto,
associada a menor tendência para o conformismo) e compromisso público
prévio (é mais fácil resistir a uma maioria se a pessoa já se
comprometeu com uma posição contrária).
Em relação aos fatores pessoais, destaca-se a independência
(comportamento é expresso sem ter em atenção as normas do grupo). Os
conformistas são, tendencialmente, mais autoritários (convencionais,
conservadores e sem
vontade
de confrontar a autoridade). Parece que as pessoas que se conformam têm
uma maior necessidade de aprovação social e receio da rejeição social.
Nos fatores
culturais, e perante a dicotomia individualismo versus coletivismo,
verifica-se que as pessoas que estão inseridas em sociedades
coletivistas, ao conviver mais umas com as outras e na busca de harmonia
grupal, parecem estar mais suscetíveis a maiores níveis de conformidade,
do que aquelas inseridas em culturas individualistas.
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