Conceito de Ciclos Interpessoais
Os ciclos
interpessoais podem ser entendidos como padrões tendencialmente não
adaptativos de funcionamento que o indivíduo estabelece na interacção
com outros e que tende a repetir numa mesma relação/situação ou
relações/situações idênticas. Este funcionamento decorre das
experiências de vinculação e socialização, e das crenças que o indivíduo
desenvolveu ao longo do tempo sobre si e sobre os outros. A
preponderância que estas crenças e expectativas apresentam para o
indivíduo resulta frequentemente na procura não consciente de relações
ou situações que confirmem estas mesmas crenças (e.g. “Os outros só
gostarão de mim se eu cuidar incondicionalmente deles” – há uma
tendência para procurar relações em que a pessoa se perspectiva enquanto
cuidador incondicional), enquanto modos de funcionamento conhecidos e no
âmbito dos quais o indivíduo aprendeu, em algum momento, a estar e
experienciar; ou comportando-se em resposta a estas mesmas crenças, isto
é, acreditando que estas são verdades absolutas sobre si e sobre os
outros e que deste modo guiam o modo como o indivíduo considera que se
deve comportar (e.g. “Os outros rejeitam-me” – esta crença pode ser
seguida de um comportamento de evitamento para prevenir a rejeição). Os
ciclos interpessoais revelam-se deste modo comportamentos disfuncionais,
na medida em que tendem a promover mal-estar psicológico no indivíduo,
perpetuando crenças e emoções não adaptativas, cuja tomada de
consciência e identificação são essenciais para a possibilidade de
mudança e consequente promoção de bem-estar psicológico.
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