Conceito de Atenção Voluntária
No
princípio da ontogénese os seres humanos dispõem do reflexo de
orientação. Este reflexo orienta a atenção para os
estímulos novos no ambiente (um som novo, uma luz, um movimento,
etc). Ao longo do desenvolvimento ontogénico, é suposto que os
indivíduos desenvolvam a atenção voluntária, ou seja, aquele tipo de
atenção que focamos nos estímulos que seleccionámos de forma consciente
(por exemplo, estar a prestar atenção a uma palestra).
Para que a atenção voluntária se estabeleça é necessário que a criança
consiga inibir progressivamente o reflexo de orientação. Caso esta
inibição não ocorra será impossivel desenvolver-se a atenção voluntária
e a criança (ou o adulto) serão sistematicamente distraídos por
estímulos irrelevantes e não relacionados com a tarefa que estão a
desempenhar (por exemplo, durante uma palestra distrair-se com os
movimentos de quem entra na sala ou de quem tosse na fila da frente).
Assim, a atenção voluntária é uma função nervosa superior que de certa
forma é artificial, na medida em que contraria um reflexo inato que
durante a evolução serviu para a adaptação ao meio e para a
sobrevivência. Actualmente, um indivíduo que não tenha estruturado a
atenção voluntária terá dificuldades evidentes em adaptar-se na
sociedade, especialmente no contexto escolar e profissional.
Enquanto a atenção é a orientação voluntária para uma determinada tarefa
ou estímulo, a concentração será a atenção voluntária focada e
prolongada no tempo.
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