Conceito de Ataques de Pânico
Os ataques de pânico
são caracterizados como o grau máximo de ansiedade em situações muitas
vezes inexplicáveis. Só se fala em pânico quando se sente ansiedade
exacerbada. Trata-se de uma reacção física à emoção medo, que faz com
que se liberte adrenalina no sangue pelas glândulas supra-renais. Esta
libertação em casos de ansiedade é libertada em quantidades muito
elevadas, preparando o organismo para grandes esforços físicos, elevando
a tensão arterial, aumentando o ritmo cardíaco e a contracção de certos
músculos. Causa ainda uma maior sudação, tremores e respiração muito
ofegante.
São várias as causas
dos ataques de pânico, podendo surgir como reacção à ingestão de um
medicamento, droga ou álcool que fazem com que as glândulas supra-renais
libertem a hormona adrenalina em maiores quantidades e, assim, causam um
estado de ansiedade imenso que leva ao pânico. Noutros casos, sendo
estes a maioria dos casos que surgem com ataques de pânico, estes
ocorrem sem que haja uma causa aparente, não sendo possível identificar
os medos inerentes e aquilo que os desencadeia. Na maioria dos casos há
uma dificuldade em identificar o sintoma que desencadeia o pânico, sendo
por isso muito difícil diagnosticar esta problemática. Assim, os
sintomas mais frequentes nos ataques de pânico são: a dificuldade em
respirar e sensação de sufoco, vertigens e instabilidade, desmaio,
palpitações e ritmo cardíaco acelerado, tremuras, sudação, dor de
estomago, diarreia, sensação de formigueiro, calafrios ou ruborização,
incomodo ou dor no peito, medo de morrer e medo de perder o controlo.
Estes sintomas, por norma, são muito intensos sendo muito semelhantes
aos de um ataque cardíaco e acarretam consigo repercussões que irão
condicionar a vida da pessoa. O medo de morrer e a sensação de sufoco
leva a que a pessoa crie um trauma inconsciente e profundo que a faz
afastar-se de tudo aquilo que no momento estava a acontecer. A pessoa
associa a experiencia traumática àquilo que no momento do ataque de
pânico estava a fazer ou a acontecer. Este processo mental leva a uma
ansiedade elevada que se desencadeia em situações semelhantes e sem
controlo da pessoa.
Neste sentido, surge a
Perturbação de Pânico que é caracterizada pela presença de ataques de
pânico recorrentes e consistentes que consistem em uma sensação de
mal-estar intenso acompanhada dos sintomas físicos e cognitivos
descritos anteriormente, num período de intensidade que dura no máximo
10 minutos. As pessoas com esta perturbação vão frequentemente às
urgências em busca de auxílio e de diagnóstico para o problema, sendo
que não há uma causa orgânica que desencadeie o ataque, mas sim
psicológica. Este tipo de perturbação causa mal-estar significativo e
prejuízo funcional estando associado a muitas outras problemáticas tais
como maiores taxas de absentismo e pouca produtividade no trabalho,
maior taxa de utilização dos serviços de saúde e risco de suicídio.
O tratamento dos
ataques de pânico passa pela terapia cognitivo-comportamental através da
tranquilização do cliente, da reestruturação cognitiva, do treino do
relaxamento (nomeadamente o relaxamento muscular progressivo) e o treino
em situações primeiro imaginárias e mais tarde ao vivo das situações que
despoletam a ansiedade. Em casos mais graves onde a ansiedade está mais
exacerbada, pode combinar-se o tratamento com a medicação.
Referências bibliográficas:
Salum, G., Blaya, C. &
Manfro, G. (2009). Transtorno o pânico. Revista Psiquiatria RS,
31(2): 86-94.
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