Conceito de Ambivalência
A
ambivalência
em psicologia clínica diz respeito ao modo como o indivíduo, consciente
ou inconscientemente, apresenta pensamentos, sentimentos e
comportamentos que tendem a ser divergentes relativamente a uma situação
específica (e.g. isolar-se socialmente ou não se isolar) que se
repercutem numa escolha quanto à mudança ou, por outro lado, na
manutenção de uma determinada resposta ou comportamento. Frequentemente,
a ambivalência na escolha e consequente tomada de decisão não é
percebida como tal, isto é, o indivíduo não apresenta consciência desta
dualidade, assim como da capacidade de escolher em prol do seu bem-estar
psicológico. Neste sentido, o trabalho clínico consiste justamente na
promoção da consciência do indivíduo no sentido de possibilitar uma
tomada de decisão consciente quanto à mudança ou manutenção de um
determinado comportamento, que concretamente se verifica pela escolha de
uma acção ao invés de outra (e.g. manter-se isolado socialmente – não
mudar; iniciar movimentos de participação e convívio social – mudar). A
ponderação desta escolha exige assim a comunicação (pensamentos e
sentimentos) das partes divergentes, no sentido de chegar aquelas que
são as necessidades do indivíduo e como estas podem ser respondidas. A
existência de ambivalência pode ser percebida como um estádio de
contemplação, em que o indivíduo tende a apresentar duas motivações à
partida percebidas como incompatíveis, num movimento de procura e
simultâneo evitamento (mudar e não mudar), sendo necessário trabalhar as
vantagens e desvantagens de cada escolha ou tendência de acção
(vantagens e desvantagens de mudar; vantagens e desvantagens de não
mudar), assim como os significados e emoções associadas a cada opção
(e.g. O que significa para o indivíduo mudar ou não mudar? Que emoções
suscita cada uma das opções de decisão?).
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