Conceito de Aliança Terapêutica
A
aliança terapêutica é considerada um dos factores mais centrais e mais
robustos na previsão da eficácia da psicoterapia, tendo sido alvo de
múltiplos estudos e propostas de definição.
Poderá ser definida como uma relação de trabalho que se estabelece entre
paciente e psicoterapeuta em prol do processo psicoterapêutico.
Edward S. Bordin, um dos teóricos que estudou extensamente o conceito de
aliança terapêutica, refere que esta, independentemente do modelo de
psicoterapia, envolve três elementos principais: o acordo (implícito ou
explícito) entre o terapeuta e o paciente quanto aos objectivos do
tratamento, o vínculo emocional entre terapeuta e paciente e o acordo
quanto às tarefas na sessão e fora da sessão que possibilitarão ao
paciente alcançar os seus objectivos. Quando um ou mais destes elementos
falta, a aliança terapêutica irá falhar colocando em risco o sucesso do
tratamento.
O
estabelecimento do contrato terapêutico no início do tratamento servirá
como base para a constituição da aliança. De tal contrato consta a
explicação das linhas gerais do tratamento, a sua provável duração, os
riscos e possíveis benefícios, custos e regras particulares.
A
aliança terapêutica é uma interação entre duas partes, requerendo a
participação activa de terapeuta e paciente, quer no seu
estabelecimento, quer na sua solidificação. O estabelecimento da aliança
vai depender da capacidade do sujeito de criar um vínculo afectivo com o
terapeuta e capacidade de colaborar e de acreditar nos benefícios da
terapia. O terapeuta por sua vez terá de ter a capacidade de demonstrar
empatia, autenticidade, respeito e compromisso.
A
aliança é dinâmica, vai mudando com as mudanças no processo terapêutico.
O terapeuta terá que assumir responsabilidade pelas
dificuldades/rupturas que possam surgir na aliança de forma a facilitar
a reparação das mesmas e a consolidação da relação.
Estudos evidenciam que quanto mais forte for a aliança, melhor o
resultado do tratamento. Assim, a aliança terapêutica facilita a
receptividade por parte do paciente à intervenção do terapeuta e
funciona como uma proteção para as inevitáveis tensões emocionais que
surgem no processo terapêutico
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