Conceito de Alexitimia
O
conceito de alexitimia surge nos Estados Unidos em 1973 com P. E.
Sifneos no âmbito de estudos realizados com doentes psicossomáticos.
Pode
ser descrito como um conjunto de características cognitivas e afectivas
caracterizado pela dificuldade de identificação e de verbalização de
sentimentos e emoções e sua diferenciação de sensações corporais,
imaginário empobrecido e um estilo cognitivo baseado no concreto. Embora
a alexitimia seja um construto clínico já testado, ela não constitui uma
doença diagnosticada, sendo possível identificar características
alexítimicas em diversas populações clínicas (e.g. Perturbações
Alimentares, Perturbações de Abuso de Substâncias) assim como em
populações não clínicas.
Têm
vindo a ser desenvolvidos diversos instrumentos de avaliação do
construto, traduzidos e adaptados para vários países, sendo o mais
conhecido a Escala de Alexitimia de Toronto de 20 Itens (TAS-20)
desenvolvido por Bagby, Taylor e Parker (1994) e aferido para a
população portuguesa.
A
alexitimia tem suscitado a elaboração de vários modelos explicativos,
nomeadamente neurofisológicos, desenvolvimentistas, psicodinâmicos,
cognitivo-comportamentais e socio-culturais.
Assim, as teorias neurofisológicas postulam que na base da alexitimia
estará uma deficiente transmissão de informação entre o sistema límbico
e o neocórtex ou a predominância de um hemisfério cerebral.
Os
investigadores desenvolvimentistas apontam a hipótese de que a
alexitimia se desenvolve com base em estilos de vinculação e
socialização desadequados e inseguros.
Para
os psicanalistas, a alexitimia estaria relacionada com distúrbios
precoces do desenvolvimento afectivo que condicionariam o funcionamento
psíquico nomeadamente a nível da regulação emocional passando as emoções
a representar um perigo ao equilíbrio do Eu.
A
teoria cognitivo-comportamental refere que os indivíduos com
características alexítimicas perante uma situação de stress não
conseguem lidar com a situação de forma adequada dado a falta de
conhecimento emocional, a incapacidade de expressarem emoções e a
tendência para usarem a acção de uma forma primária.
A
teoria sócio-cultural refere que as culturas que não valorizam ou não
ensinam a introspeção e a expressão emocional favorecem a alexitimia.
Os
diferentes modelos explicativos podem ser lidos de forma complementar
dado revelarem diferentes aspectos da mesma realidade.
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