Conceito de Próstata
A próstata
é uma glândula endócrina que compõe o sistema reprodutor masculino,
sendo a maior entre as glândulas acessórias desse sistema (que são, além
da próstata, as glândulas seminais e as glândulas bulbouretrais).
Apresenta como principal função a secreção de substâncias para
composição do líquido espermático (sêmen).
Anatomia
Anatomicamente, é
caracterizada por apresentar formato e tamanho semelhantes a uma noz,
com dimensões de cerca de 3 centímetros de comprimento, 4 de largura e 2
de profundidade e peso variando de 20 a 30 gramas, em condições normais.
Além disso, é dividida em seis lobos contíguos: lobos anterior,
posterior, laterais direito e esquerdo e medianos comissural e cervical.
Está localizada na região pélvica, sendo suas relações anatômicas as
seguintes:
- anteriormente: face posterior da sínfise
púbica;
- superiormente: base da bexiga e
glândulas seminais (estas pósteros-superiores);
- posteriormente: reto (entre a próstata e
o reto se encontra a fáscia retrovesical ou de Denovillier);
- inferiormente: uretra; diafragma
urogenital.
Os ductos
ejaculatórios (oriundos da junção da porção final dos canais deferentes
e dos ductos das glândulas seminais) perfuram a próstata e seguem um
caminho descendente pelo parênquima do órgão até desembocar no soalho da
uretra prostática, em uma região denominada verumontanum. As
figuras abaixo representam a disposição anatômica da próstata na pelve
masculina.
A próstata envolve o
colo da bexiga urinária e a primeira porção da uretra, conhecida como
uretra prostática. Sua vascularização é feita
pelas artérias prostáticas, que são ramos provenientes das artérias
vesicais inferiores, pudendas internas e retais médias (sendo, essas
três, provenientes das artérias ilíacas internas). A drenagem venosa é
garantida por um plexo venoso prostático que envolve o órgão, e que
drena para as veias ilíacas internas; já a drenagem linfática é feita
principalmente para os nodos linfáticos ilíacos internos (presentes ao
redor das artérias e veias ilíacas internas).
Do ponto
de vista embriológico, sabe-se que a próstata surge como uma saliência
da uretra prostática na 12ª semana de vida intra-uterina.
Próstata: vista sagital

NETTER, FH. Atlas de Anatomia Humana.
2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Próstata: vista anterior (seccionada)

NETTER, FH. Atlas de Anatomia Humana.
2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Histologia
O órgão apresenta uma região glandular,
interna, que corresponde a dois terços do órgão e uma região
fibromuscular, que o reveste externamente. Histologicamente, a próstata
está divida em quatro zonas: a zona de transição, a zona central, a zona
periférica e o estroma fibromuscular anterior. Correspondendo a 5% do
tecido constituinte da glândula, a zona de transição é composta por
células que circundam a uretra prostática proximal e é onde ocorrem a
maioria dos casos de hiperplasia nodular benigna. Posteriormente à zona
de transição está a zona central, que representa 20% do tecido e
circunda os ductos ejaculatórios provenientes das glândulas seminais. A
zona periférica corresponde à maior parte do tecido glandular, cerca de
70%, e é onde surgem a maioria dos carcinomas da próstata e prostatites.
Por fim, o estroma fibromuscular anterior, situado anteriormente no
órgão, é constituído por colágeno denso, fibroblastos e fibras
musculares lisas dispostas aleatoriamente. Estas são inervadas pelo
sistema nervoso simpático, que irá estimular contrações vigorosas
durante a ejaculação.
Fisiologia
A próstata apresenta como função a
secreção de um fluido que virá a compor em cerca de 30 a 50% o volume do
sêmen (conteúdo ejaculado quando do clímax do ato sexual masculino) e
que confere a este seu aspecto leitoso. Esta substância secretada pela
próstata tem como característica um alto pH (sendo, portanto, de caráter
básico) e a presença de fatores de coagulação. De tal maneira,
juntamente com o material secretado pelas glândulas seminais e
bulbouretrais, a secreção prostática ajuda a neutralizar a acidez
presente no ambiente da uretra, que possui pH mais reduzido. Já os
fatores de coagulação vão atuar promovendo um fraco e transitório
processo de coagulação, ao culminar na transformação do fibrinogênio
presente na secreção das glândulas seminais, em fibrina. Tal fenômeno
ocorre após a ejaculação, com o objetivo de manter o líquido espermático
como uma massa viscosa por alguns minutos após ser expelido pela uretra,
após os quais, os espermatozoides são libertados deste material por ação
da fibrinolisina (também presente na secreção prostática), que atua
degradando a fibrina. Posteriormente, livres, os espermatozoides podem
seguir pelo interior do sistema reprodutor feminino.
O tecido da próstata, tanto o glandular
como o fibromuscular, expressam receptores de hormônios androgênios (que
promovem o crescimento dessas células), principalmente a testosterona.
Esta é convertida em diidrotestosterona na próstata, pela ação da enzima
5 alfa-redutase
Doenças relacionadas
Os principais estados patológicos que
acometem a próstata são a prostatite, a hiperplasia prostática benigna
(HPB) e o cancro da próstata. A primeira é quando a próstata se encontra
acometida por um processo inflamatório agudo ou crônico desencadeado
por infecção bacteriana, sendo comum a presença concomitante ou
recorrente de infecção urinária. A HPB é uma situação relativamente
comum em homens a partir de sua sexta década de vida, sendo
caracterizada por um aumento no tamanho do órgão, mas não às custas de
qualquer tipo de malignidade. Ao contrário, no entanto, do que ocorre no
cancro da próstata, quando células malignas (que apresentem alterações
sugestivas de cancro) são detetadas no órgão.
Bibliografia
- MOORE, KL , DALLEY, AF. Clinically
Oriented Anatomy. 5th ed. Lippincott Williams & Wilkins, 2006.
- SEELEY, RR ; STEPHENS, TD ; TATE, P.
Anatomia&Fisiologia. 6.ed. Lusociência, 2007.
- YOUNG, B ; O'DOWD, G ; WOODFORD, P.
Wheater's Functional Histology – A Text and Colour Atlas. 6th ed.
Elsevier Churchill Livingstone, 2014.
- LONGO, DL et al. Medicina Interna de
Harrison. Volume 1. 18.ed. AMGH Editora Ltda., 2013.
- PORTO, CC ; PORTO, AL. Semiologia
Médica. 6.ed. Guanabara Koogan, 2009.
- NETTER, FH. Atlas de Anatomia Humana.
2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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