Conceito de Incompatibilidade Rh
Conceito:
Quando
um indivíduo é Rh positivo (Rh+) possui à superfície dos seus glóbulos
vermelhos, um antigénio que se designa por Rhesus. Os indivíduos que não
possuem estes antigénios são designados de Rh negativo (Rh-).
Se na corrente
sanguínea de um indivíduo Rh- entrarem glóbulos vermelhos de Rh+ o
sistema imunitário irá produzir
anticorpos
anti-Rh, que se irão ligar aos glóbulos vermelhos Rh+ e vão destruí-los.
Na gravidez, quando os
tipos sanguíneos da mãe e do bebé diferem, devem-se ter alguns cuidados.
É importante que no
início da gravidez se saibam os grupos sanguíneos dos membros do casal.
Caso o pai seja Rh+ e a mãe Rh-, existem fortes probabilidades de o bebé
ser Rh+. Tal significa que, durante a gravidez ou parto, algum sangue
pode passar para a circulação materna levando à produção de anticorpos,
que em gravidezes seguintes, podem destruir os glóbulos vermelhos do
feto levando a anemia e icterícia. Esta destruição vai fazer com que os
glóbulos vermelhos fetais sejam formados cada vez mais depressa, o que
faz com que estes saiam para a circulação relativamente imaturos,
designando-se de eritroblastos, daí a designação para esta doença de
Eritroblastose Fetal.
Quando
este problema ocorre é feito o teste de Coombs Indireto que avalia o
grau de resposta do organismo materno frente a um tipo de sangue que
desenvolve na mãe anticorpos contra o sangue do feto.
No período de 12 horas
pós-parto o recém-nascido é submetido a análises através do sangue do
cordão umbilical que para além de ter como objetivo determinar o grupo
sanguíneo e o fator Rh, também pretendem determinar a
existência
de anticorpos maternos sobre os glóbulos vermelhos do recém-nascido -
Teste de Coombs Direto.
Se os testes de Coombs
derem negativos, existem duas opções: administrar uma injeção de
anticorpos anti-Rh para
bloquear
eventuais glóbulos vermelhos fetais que existam na circulação materna,
na 28ª e na 32ª semanas de gestação e 72 horas pós-parto, ou realizar a
injeção após a determinação do fator Rh do bebé depois do nascimento.
Se
eventualmente
o teste der positivo, então a conduta deverá ser individualizada para
cada grávida.
As
autoras
consultadas, apresentam ainda um outro ponto de vista bastante
interessante, relacionado com as incompatibilidades ABO, defendendo que
se um feto tem um grupo sanguíneo A, B ou AB e a mãe o grupo sanguíneo O
os glóbulos vermelhos fetais que atingirem a corrente sanguínea materna
serão logo reconhecidos como estranhos e destruídos, não chegando a
haver tempo para induzir uma resposta contra o fator Rh.
Referências
Bibliográficas:
-
MATOS,
Isabel de - Incompatibilidade RH. PAIS & Filhos. Lisboa, nº86
(Março 1998), p. 16
-
SENA,
Nilza M. de - Gravidez: o problema da incompatibilidade sanguínea.
Medicina e Saúde. Lisboa, ano 6, nº 64 (Fevereiro 2003), p. 66-67
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