Conceito de Escassez
O termo escassez representa um dos
conceitos base de toda a ciência económica e designa uma característica
que por definição é intrínseca a todo e qualquer bem económico: a
insuficiência ou não existência em quantidades ilimitadas. Esta
insuficiência de bens deriva directamente da insuficiência de
recursos para produção ilimitada de bens de consumo e, consequentemente, a
insuficiência de bens para satisfação das necessidades humanas,
tendencialmente ilimitadas. É devido a esta escassez de bens económicos
que surge o mercado e que se formam os
preços. Até há alguns anos, os
lugares de estacionamento em muitas cidades excedia largamente as
necessidades pelo que era gratuito; a partir do momento em que passou a
existir escassez, começou a formar-se um preço, transformando os lugares
de estacionamento em bem económico.
Convém salientar que pelo facto de um
bem
ser escasso, não significa necessariamente que ele seja raro. Apenas
significa que ele não está disponível em quantidades ilimitadas e de
acesso completamente livre, o que origina que para se obter esse mesmo
bem, é necessário um outro bem económico para o
produzir ou para dar em
troca.
Escassez e Eficiência
Uma consequência direta da escassez
é a necessidade de eficiência na utilização dos
recursos. Se os recursos não fossem
escassos, existindo em quantidade ilimitada e suficiente para
satisfazer todas as necessidades humanas, não existiria a preocupação
com o rendimento ou com os custos de produção. Contudo, a escassez
de recursos por oposição às necessidades
humanas virtualmente ilimitadas, obriga a que sejam efectuadas escolhas
quanto à forma de utilização desses mesmo recursos
para produzir bens e quanto à forma como são
distribuídos entre os diferentes indivíduos, isto é, obriga a que se
procure a eficiência máxima para que, com a mínima quantidade de
recursos, se produza a máxima quantidade de
bens.
Escassez Induzida ou Artificial
Em determinadas situações, e com
objectivos diversos, a escassez é artificialmente induzida, limitando o
acesso aos recursos ou aos bens. Tal acontece, geralmente, em situações
em que existam externalidades de diversa ordem. Por exemplo, quando se
está em presença de um bem comum, existe uma tendência para utilizar
esse bem de forma indiscriminada e ineficiente, obrigando as autoridades
a intervir, limitando o acesso a esse mesmo bem, por exemplo através da
criação de quotas de acesso ou criando um preço. Outro exemplo são as
situações em que o custo de produção do primeiro exemplar do bem ser
substancialmente mais caro do que a sua replicação (caso do software, de
um livro ou de bens que obrigaram a fortes investimentos em
investigação): nestes casos, as autoridades também induzem
artificialmente a escassez criando mecanismos de restrição à replicação
como os direitos de propriedade intelectual ou direitos de autor, as
patentes, entre outras.
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